Relfexão sobre o Espaço infantil

UNISUL – UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
Curso: Pedagogia Disciplina: Linguagem e Infância II
Acadêmico: Isaac Duran Ponce Professora: Maria Tereza

REFLETINDO O ESPAÇO INFANTIL

Este trabalho acadêmico apresentará uma reflexão sobre o espaço físico infantil, dentro das visões de Piaget e Vygotsky.
Dentro da escola a prática lúdica é sufocada pelo uso didático que restringe a seu papel técnico, a brincadeira esvazia-se quando a criança permanece no espaço por um tempo controlado, perdendo seus momentos lúdicos.
Organizar o espaço físico infantil, não é uma tarefa fácil, pois como podemos observar em nossa volta tudo é construído em uma visão adultocêntrica, pela qual nossa sociedade esquece-se da etapa mais importante da vida que é a infância, prédios, casas, espaços públicos em sua maioria são arquitetadas em uma visão onde a criança não é pensada, cria-se parques e jardins com espaços limitados. A organização do espaço físico infantil tem se constituído em sua maioria, na limitação dos direitos de brincar da criança, pois as atividades lúdicas são desenvolvidas apenas no período em que permanecem na escola, quanto o restante de seus tempos são gastos em sua maioria em lugares desapropriados ou até mesmo a frente da televisão.
Ao organizar um espaço para crianças deve se pensar cada faixa etária, porém disponibilizando a oportunidade de socialização entre outros de faixas etárias diferentes, pois segundo GANDINI (1999, p.150) “O espaço reflete a cultura das pessoas que nele vivem de muitas formas e, em um exame cuidadoso, revela até mesmo as camadas distintas dessa influencia” assim entende-se que a criança em seu espaço ela aprende e influencia outros, estimulando as diferentes competências e habilidades de articulações. Vendo pela visão vygostiana é essencial para a criança a interação com outras crianças, pois elas trocam e ganham experiências na aprendizagem sócio-educativa.
Para as crianças oportunizar espaços desafiadores de forma que desenvolvam as funções cognitivas social e motor, fazendo-a explorar todo seu corpo e mente através das várias tentativas, possibilita a aprendizagem de controlar seu próprio corpo e a comunicar-se de forma mais desinibida com as outras crianças, observaremos claramente essa teoria na imagem abaixo.
Crianças desafiam seus limites e seus medos, criam e imaginam, são de alguma forma, transformadores de seus espaços, ao interagir com outra criança ela passa aprender a respeitar e a dividir espaços. Observa-se também nestes espaços a construção de personalidades pela quais muitos desde cedo desenvolvem habilidade de liderança.
Organizar espaços para crianças é de certa forma oportunizar aprendizagens sócio-educativas, formações de cidadãos críticos e respeitadores.
A didática nem sempre oportuniza a criança aprender a vida social, mas a liberdade de brincar e transformar seu espaço, com certeza oportunizará sempre essa experiência.
Relacionado esta discussão com os filmes assistidos em sala de aula, podemos observar que a maior interação entre as crianças esta na hora do recreio a cena do filme “O Triunfo” na qual o professor entra no espaço da criança, mostra a interação e a abertura da socialização da criança para com as pessoas de outras faixas etárias e culturas.
Concluindo esta visão de educação social dentro do espaço físico da criança, podemos dizer que a ampliação dos espaços e a criação arquitetônica de espaços públicos para criança devem ser pensadas para crianças e com as crianças, possibilitando a transformação por elas.

Referência:

GANDINI, Lella. Espaços Educacionais e de Envolvimento Pessoal. In: EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN, George. As cem linguagens da criança: a abordagem de Réggio Emilia na educação da primeira infância. Porto Alegre: Artes Médicas Sul Ltda.,1999.
OLIVEIRA, Vera Barros de. O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000.
REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 2002
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